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Pra Brilhar na Informação: Notícias que importam, boletim #02

Nhaí, gente que brilha!

Bora começar o mês com informação? Vem ler o nosso boletim #02, que traz notícias que vão te deixar por dentro dos debates relacionados ao HIV / Aids, ISTs e outros assuntos que importam para a população LGBTQIA+. Vem cá ficar por dentro!

1. Tecnologia apoia a prevenção ao HIV e ISTs 

Não é só a camisinha: Graças à evolução dos medicamentos utilizados no combate ao HIV, a aids é considerada uma doença crônica atualmente. Os tratamentos apresentam alta eficácia para frear a replicação viral e poucos efeitos colaterais em comparação com os remédios utilizados na década de 1990, o que favorece a adesão.

Uma curiosidade: O vírus causador da Aids foi  isolado pela primeira vez no dia 20 de maio de 1983, pelo cientista Luc Montagnier, do Instituto Pasteur, na França.

Nos últimos 38 anos, a tecnologia foi grande aliada da prevenção ao HIV / Aids e ISTs, e a mensagem que antes era “Use camisinha!”, passou a englobar uma série de insumos de prevenção combinada que se tornaram acessíveis à população brasileira ao longo dos anos via Sistema Único de Saúde, que podem ser vistos na Mandala da Prevenção.

A Profilaxia Pré Exposição, a Profilaxia Pós Exposição, a testagem regular, a adesão ao tratamento antirretroviral, e ações de conscientização são alguns dos pontos da mandala que, combinados de diferentes formas, promovem prevenção a diversos perfis de pessoas.

2. Anticorpos recém-descobertos podem ser aliados em vacina contra HIV

Pesquisadores do Instituto Duke de Vacina Humana (DHVI), nos Estados Unidos, identificaram um grupo de anticorpos que é eficaz na neutralização do HIV. A descoberta, publicada na revista científica Cell, pode ajudar no desenvolvimento de vacinas contra o vírus da aids e, potencialmente, até mesmo o Sars-CoV-2, coronavírus causador da covid-19.

Os especialistas descreveram no estudo uma célula de defesa encontrada tanto em macacos e humanos, que é responsável pela produção de anticorpos anti-glicanos. Eles se ligam a um revestimento de açúcares na camada externa do HIV, impedindo a infecção.

Esses açúcares do HIV se chamam glicanos e mais de 50% da camada exterior do agente infeccioso é composta por eles. Há tempos cientistas avaliam um modo de quebrar tal estrutura, fazendo com que células do sistema imune, os linfócitos B, produzam outros anticorpos para neutralizar o vírus. Saiba mais aqui.

3. Novos autotestes HIV na rede especializada de SP

Chegaram novos autotestes para o HIV na rede especializada de São Paulo. O teste pode ser realizado pelo próprio indivíduo, com coleta de fluido oral, e o resultado sai de 20 a 30 minutos. Essa nova tecnologia vem se somar à estratégia de prevenção combinada, ampliando a testagem para o HIV, e dando maior autonomia e privacidade para a população. Os testes serão distribuídos gratuitamente.

O kit para o autoteste é composto pelo swab (um tipo de cotonete), por um tubo com o líquido e por uma tira reagente, além de um suporte com orientação para a leitura do resultado. É importante ressaltar que o teste detecta a presença de anticorpos, pois o HIV não é encontrado diretamente na saliva. O teste pode detectar o HIV após o período da janela imunológica, ou seja, de 30 a 90 dias após o contágio. Caso o resultado seja positivo, o usuário deve procurar um serviço da RME para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

No vídeo, Aline Pilon, da área de Prevenção da Coordenadoria de IST/Aids, explica como usar. Assista:

4. Controle de ISTs e Aids continua lento, segundo a ONU

Em 2015, a ONU lançou um plano de 17 metas para serem atingidas até 2030 com o objetivo de tornar o mundo melhor e mais sustentável. 

A meta número 3, garantir saúde e bem-estar da população mundial, tem como um dos seus principais pilares o controle de doenças transmissíveis, entre elas a infecção por HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Em maio, a ONU divulgou um relatório que avalia o progresso no controle mundial dessas doenças entre os anos de 2016 e 2021 e, de acordo com o documento, as infecções por HIV, hepatites B e C, e ISTs juntas ainda contam com mais de 1 milhão de novos casos todos os dias em todo o mundo e anualmente são responsáveis por 2,3 milhões de óbitos, 14% de todas as mortes em decorrência de doenças infecciosas.

5. Aumenta a violência contra parlamentares trans

As últimas eleições municipais trouxeram representatividade para essa população, com a eleição de 30 pessoas transexuais, sendo 29 mulheres e um homem, em diversas regiões do Brasil. Em Belo Horizonte e Aracaju, pessoas trans foram as mais votadas entre todos os candidatos.

Porém, o Brasil ainda é o país que mais mata transexuais no mundo e essa representatividade chegou acompanhada de uma nova onda de ódio, e parlamentares trans estão recebendo graves ameaças. Somente em São Paulo, três parlamentares foram ameaçadas, tendo suas casas alvejadas por tiros e seus gabinetes invadidos e depredados. 

É urgente que o poder público investigue e garanta proteção a estas pessoas trans que agora representam toda a comunidade nos parlamentos municipais e estaduais.

Este boletim foi produzido com informações da Agência de Notícias da Aids, da Coordenadoria de IST / AIDS do município de São Paulo, do G1 e do UOL.