Doação de sangue por pessoas LGBTQIA+

Por Danilo Henrique Santos, jovem Pra Brilhar
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No dia 8 de junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal concluiu, por 7 votos a 4, que a doação de sangue pela comunidade LGBTQIA+ pode ser feita legalmente.
Na prática, o benefício engloba homens gays, bissexuais e mulheres trans. Seguindo por esse caminho, não seria mais necessário ter uma espera de 12 meses para ser feita uma doação “limpa”.
A medida de impedir a comunidade LGBTQIA+ de doar sangue vem da década de 80, por conta da epidemia de HIV, já que não se havia conhecimento suficiente da doença.
A medida restritiva imposta na época para amenizar casos de contaminação cruzada, foi barrar a doação de sangue por homens gays, pois acreditava-se que essa população tinha mais chances de ter o vírus. Como o exame era recente, a janela imunológica da época girava em torno de um ano, só depois desse período, com o teste realizado e em abstinência, era permitida a doação de sangue.
Hoje, já é possível identificar se a pessoa contraiu HIV com uma janela de dez a quinze dias após o contato, a ideia de se esperar tanto tempo para se identificar uma IST já não é necessária.
Independente da orientação sexual da pessoa, o risco se mantém sobre aqueles que têm relações com múltiplos parceiros, sendo homo, bi ou heterossexuais. Isso, também levando em conta o uso ou não do preservativo, afinal, aquele que tem relações sexuais (oral, anal e vaginal) sem o uso de preservativos, está se expondo ao risco de contrair alguma IST.
Todo sangue recebido pelos bancos é testado para ver a sua qualidade, além claro da triagem, no qual é feito uma série de perguntas aos doadores para se ter uma base mínima sobre sua rotina e o gral de risco do sangue.
Não é por que a pessoa faz parte da comunidade LGBTQIA+ que ela necessariamente tem alguma IST – tudo depende de como é a vida da pessoa que está fazendo a doação, de suas relações sexuais e uso de substâncias tóxicas. Qualquer um pode ter alguma doença e não saber!
Para ter certeza de que está saudável e para ter acesso aos tratamentos oferecidos pela rede pública de saúde, vá ao médico e faça testagem regularmente.
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Este texto faz parte dos materiais produzidos pela turma 2020.2 do projeto Pra Brilhar, da Viração Educomunicação, em parceria com o Programa Municipal de DST/Aids do Município de São Paulo.